quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

CAMBALEANTE




Meu viver foi só trabalho
remando contra as marés,
costurei cada retalho
consertando o seu viés.

Toda sorte se escondeu
e dela nem tive abraço,
nem por isso me doeu,
não dei chance ao meu cansaço.

Fui dando tudo que tinha
e como o surrar de um sino
a dor foi somente minha,
nunca culpei o destino.

Às vezes cambaleante,
outras vezes dei guinada,
de mim mesma fui amante
por mim mesma fui amada.

Plantei um bobo sorriso,
inventei o meu jardim,
rabisquei o paraíso,
fiz meu Deus perto de mim.

Peço ao sol ele me aquece
e não me deixa chorar,
nessa força a alma não tece
a tristeza em meu olhar.

Com o andar cambaleante
fiz a trilha verdadeira,
não sei dar passo gigante,
porém sei chegar inteira.

Desenhei o meu futuro,
Jogo força em cada passo,
sou a luz do meu escuro,
é na raça que eu me faço.

Dáguima Verônica de Oliveira

3 comentários:

  1. Poeta, você é a materialização da sensibilidade. Se você não existisse,eu lhe criaria num poema.

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  2. Meus sinceros parabéns Dáguima !!! Você realmente tem talento !!! e é como o Antônio Juraci disse acima " Você é a Materialização da Sensibilidade " ... é preciso expressar... expressar é preciso... continue assim !!! Bjs

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  3. Show de poema. Muita poesia, sensibilidade e filosofia de vida. Adorei.

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