quinta-feira, 19 de novembro de 2009

CHÃO DE BARRO


Meu terreiro de pitangas
lá pertinho do riacho,
bem do lado um pé de mangas,
um abacateiro, eu acho.

Sem ver campo, sem ver serra,
no asfalto bruto me esbarro,
sem sentir cheiro de terra,
sem sentir meu chão de barro.

No fundo de cada vida
brota dor no coração,
uma saudade doída
como eu sinto do meu chão.

Chão de barro do sertão,
da minha velha palhoça,
andava com pé no chão,
o meu carro era carroça.

Saudade que rasga chão
não me encerro na cidade,
aqui, morro de paixão,
aqui morro de saudade.


Dáguima Verônica de Oliveira

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