sexta-feira, 28 de agosto de 2009

SONETO


PÁGINA VIRADA

Volto à página da vida, ao avesso
corro em pontos de medo, era gracejo
fuga dos próprios grilos, hoje eu vejo
impulso à própria sorte, reconheço.

Dei-me as cordas do tempo e solto as pontas
vai passar o aviso e eu só devaneios
acordada, eu colhi os meus anseios
por mim mesma eu paguei as minhas contas.

Nessa visão eu vejo, os meus instantes
proliferando em tempos inconstantes
venturas de um engano que ora invento.

Se no poço tem molas, pula o barro
abrindo belas flores, que bizarro!
Fecho o livro, chegando ao meu intento.

Dáguima Verônica de Oliveira

Um comentário: