quinta-feira, 27 de agosto de 2009

REVERSO



Eu tenho aqui na garganta
o meu grito aprisionado
não sai, porque não adianta
gritar ao velho passado.

Fugir de mim mesma, ousei,
não pensei nas conseqüências;
chegando lá não me achei,
eu não tinha referências!

Controlei meu sentimento
e tracei uma divisa
prendi a força do vento
e dei asas para a brisa.

Tem que existir o conflito
para discernir a paz
não tem silêncio sem grito
nem ordem sem capataz.

Injustiça é nosso avesso,
fazemos tudo escondido:
na aparência um endereço
e por dentro o do bandido.

Fui buscar o meu reverso
lá nas dobras da “arte-manha”,
estava em forma de verso
no topo de uma montanha

Do vale emergi ao topo
da relva virei madeira
do poço fui ao escopo
e em tudo fui verdadeira.

Somente quando “voltei”
a enxergar o meu escuro
das escamas me livrei
encontrando o que procuro.

Ladrilhando o meu futuro
com as pedras da humildade
pude ver no meu escuro
um mundo de claridade.

Dáguima Verônica de Oliveira

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