Eu tenho aqui na garganta
o meu grito aprisionado
não sai, porque não adianta
gritar ao velho passado.
Fugir de mim mesma, ousei,
não pensei nas conseqüências;
chegando lá não me achei,
eu não tinha referências!
Controlei meu sentimento
e tracei uma divisa
prendi a força do vento
e dei asas para a brisa.
Tem que existir o conflito
para discernir a paz
não tem silêncio sem grito
nem ordem sem capataz.
Injustiça é nosso avesso,
fazemos tudo escondido:
na aparência um endereço
e por dentro o do bandido.
Fui buscar o meu reverso
lá nas dobras da “arte-manha”,
estava em forma de verso
no topo de uma montanha
Do vale emergi ao topo
da relva virei madeira
do poço fui ao escopo
e em tudo fui verdadeira.
Somente quando “voltei”
a enxergar o meu escuro
das escamas me livrei
encontrando o que procuro.
Ladrilhando o meu futuro
com as pedras da humildade
pude ver no meu escuro
um mundo de claridade.
Dáguima Verônica de Oliveira
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLindo poema energético! Lindo, lindo
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